terça-feira, 17 de maio de 2016

Crônica (vivida) da semana: Insônia



1h25 da manhã, ainda é cedo para falar de insônia? Talvez. Mas o corpo e a mente sabem o que acontecerá nas horas seguintes. Os olhos não fecharão, as olheiras gritarão e a ansiedade acordará. Essa virá sem controle, como criança sem limites. Uma espécie de entidade espiritual que fala através do corpo. Esse, perderá a força, e obedecerá. Comerá o que não deve, beberá o que não aprecia, se drogará com aquele alimento cuja matéria-prima é o cacau, ou ainda, se entupirá com a bebida produzida com os grãos do fruto cafeeiro. Mas a boca continuará seca, seca, entende? Os pensamentos perderão o rumo, como se estivessem num mar revolto, cuja ressaca inundará os olhos e alma. Transbordarei. De quando e quando a entidade (ansiedade) relaxará, momento no qual lerei ou escreverei abobrinhas incolores.  As coisas, mesma as pigmentadas, perderão as cores durante o distúrbio. Logo, peço perdão aos lindos poemas lidos durante a madrugada, ou melhor aos poetas. Bom, neste momento vou perdendo a capacidade de escrever, se é que a tenho. Ela chega. 

Renata Foli