“Imagine que seu marido tenha lhe escrito uma carta que deve ser aberta
apenas quando ele morrer; imagine também que essa carta revela seu pior e mais
profundo segredo — algo com o potencial de destruir não apenas a vida que vocês
construíram juntos, mas também a de outras pessoas”.
Sinopse:
Cecilia é um exemplo para a vizinhança: tem uma vida confortável, mantém
um casamento estável com John-Paul e é mãe de três meninas. Sua vida segue tão
dentro dos trilhos que ela até se pergunta como seria se houvesse uma pitada de
emoção em sua rotina extremamente planejada. Mas, quando encontra uma carta de
seu marido endereçada a ela no sótão de casa, o primeiro dilema se estabelece e
Cecilia cogita se deve ou não investigar o conteúdo de algo que foi escrito à época
do nascimento de sua primeira filha. Ela coloca sua curiosidade à prova e
avalia se o segredo representa algum tipo de impacto em sua família. O
comportamento de John-Paul, que em alguns momentos sugere haver algo errado,
contribui para suas dúvidas. Ele pede para que a carta seja deixada de lado,
afirma que não há nada de interessante em um bilhete escrito tanto tempo antes,
sob a forte emoção de ser pai pela primeira vez, e assegura que tudo não passou
de um ímpeto da juventude. Mas Cecilia não se convence tão fácil. Quando o
segredo é finalmente revelado, ela vai perceber que se trata de algo que pode
destruir bem mais que apenas seu casamento.
Impressões:
Liane Moriarty, em o Segredo
do meu marido, narra a história de diversos personagens que ao que tudo
indica não possuem nenhuma ligação; suas rotinas chegam a ter um continente a
separá-las, porém uma carta escrita para que fosse aberta apenas após a morte
do remetente, muda a vida de todos. A informação carrega o elo.
A autora inicia
o livro com a apresentação de Cecília Fitzpatrick, uma mulher extremamente
dedicada à família. Uma esposa maravilhosa, que cuida muito bem das filhas, do
marido, da casa e da vida profissional. Tudo segue em plena ordem.
No segundo capítulo
conhecemos Tess, uma mulher que vê sua vida perder o rumo;
desnorteada com novos acontecimentos que a remetem ao seu mais triste e antigo
trauma.
Após, aparece Rachel,
mãe de Rob e avó de Jacob, tem uma grande perda que pesa em seu peito, mas
consegue ser feliz, tanto quanto pode ser.... Porém irá descobrir a fragilidade
de sua felicidade com a notícia de uma nova perda.
A escrita Liane
Moriarty é simples e fluida, mas rica no que concerne a construção dos
personagens e a forma pela qual eles crescem e aparecem no texto;
preenchendo-os com tanta vida e caminhos que dificultam ainda mais a previsão
do leitor.
O elo entre eles
parece não existir, mas pouco a pouco Moriarty vai desenredando o fio que liga
os seus personagens e constrói uma imensa colcha. Unida por muitos pontos.
Um pensamento: cada
decisão que tomamos muda não só com o nosso destino, mas com o curso de muitas
outras vidas; por mais que o acaso tente mostrar toda a conexão que nos cerca
continuamos acreditando que a roda-viva segue girando desconexa, e as linhas do
nosso fado enredam cada vez mais neste jogo de azar.
O azar de um é sempre
a sorte do outro e por pouco muito nos acontece, tão rápido, tão ironicamente
previsível, que sua percepção se faz desacreditada.
A colcha
costurada por Moriarty é feita de muitos sentimentos e pessoas; conexões;
amores e desamores; momentos tristes e felizes; famílias e destinos.
A carta aberta...
“A caixa de Pandora
ao ser aberta espalhou todos os males pelo mundo, mas preservou-se em seu fundo
a esperança”
“Wild”
, “Woody
Allen – Um Documentário”, “Coco Avant Chanel”, “Yves Saint-Laurent” e “Candy”.
Salut!
Esse
semestre resolvi fazer um pequeno catálogo de filmes que assisti. Adoro guardar
ingressos de cinema ou anotar os nomes de filmes que vi em casa, mas sempre os
perco. Assim, usarei o espaço do blog para registrar semanalmente os filmes,
suas respectivas sinopses, um singelo comentário e o trailer. Quando houver
tempo, uma resenha.
Voilà!
Wild
Sinopse: Após a morte de sua mãe, um divórcio e uma
fase de autodestruição repleta de heroína, Cheryl Strayed (Reese Witherspoon)
decide mudar e investir em uma nova vida junto à natureza selvagem. Para tanto,
ela se aventura em uma trilha de 1100 milhas pela costa do oceano Pacífico.
Impressões: Esse filme, dirigido
por Jean-Marc Vallée, me fez
recordar outro inesquecível “A natureza
selvagem”. Ambos são filmes biográficos e dramáticos.
Em
“A natureza selvagem”, Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem
recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da
liberdade, após dois anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens
e partir rumo ao Alasca, e não volta mais.
Em “Wild”, temos um filme baseado
na vida de Cheryl Strayed , interpretada por Reese Witherspoon❤ , uma mulher que
decidiu fazer uma trilha 1100 milhas pela costa do oceano Pacífico, que inclui
toda a costa oeste dos Estados Unidos, da fronteira com o México até o Canadá,
conhecida como "Pacific Crest Trail". Cheryl não tinha nenhuma
pratica com trilhas ou esporte, mas tomou essa decisão após sua vida mudar
drasticamente.
Com a morte da mãe, Cherly fica
depressiva e passa consumir drogas pesadas; trai o marido com diversos homens e
não aguenta quando ele pede o divórcio. Com a necessidade de liberta-se dessa
fase que quase a levou à morte, e em busca de autoconhecimento, a mulher se aventura numa longa caminhada
cuja companhia é seus pensamentos, seus tristes pensamentos. “Wild” é baseado
no livro "Livre - A jornada de uma mulher em busca do recomeço". O
que mais me chamou atenção no filme foram os flashes memorialísticos de Cherly
, que vêm à tona durante toda a caminhada. Uma vida marcada por traumas desde a
infãncia, quando seu pai, um alcoólatra, agredia a mãe e abandonou a
família.
Duração:
1h56min
Woody Allen – Um Documentário
Sinopse:
documentário sobre Woody Allen aborda vários momentos da carreira do cineasta e
conta com depoimentos de importantes nomes da sétima arte. Antonio Banderas,
Josh Brolin, Penélope Cruz, John Cusack, Larry David e Scarlett Johansson são
alguns dos nomes que dão entrevistas falando sobre Allen.
Impressões:
Adorei o documentário dirigido por Robert B. Weide. Apesar de gostar muito dos filmes do Woody e
dos diálogos, que considero geniais, não conhecia a biografia. Há diversos
momentos da carreira dele que descobri vendo o documentário biográfico. O cara
é de fato surpreendente e admirável. O filme foi lançado neste mês (julho), mas
foi exibido no Festival de Cannes 2012 (ano de produção). Assisti no Cine
Estação (Botafogo). Duração: 1h53min.
Coco Avant Chanel
Sinopse:
Quando criança Gabrielle (Audrey Tautou) é deixada, junto com a irmã Adrienne
(Marie Gillain), em um orfanato. Ao crescer ela divide seu tempo como cantora
de cabaré e costureira, fazendo bainha nos fundos da alfaiataria de uma pequena
cidade. Até que ela recebe o apoio de Étienne Balsan (Benoît Poelvoorde), que
passa a ser seu protetor. Recusando-se a ser a esposa de alguém, até mesmo de
seu amado Arthur Capel (Alessandro Nivola), ela revoluciona a moda ao passar a
se vestir costumeiramente com as roupas de homem, abolindo os espartilhos e
adereços exagerados típicos da época.
Impressões: O filme narra a história da Gabrielle Bonheur
Chanel, antes de se tornar a grande estilista, conhecida como Coco Chanel. Audrey Tautou, uma das minhas atrizes
preferidas, interpreta Chanel na fase adulta. A produção é boa, mas eu esperava
mais. O filme é de 2009 e tem 110 minutos. Para quem curte o mundo da moda e a
biografia de grandes estilistas é uma boa dica.
Yves Saint-Laurent
Sinopse: Paris, 1957. Com apenas
21 anos, Yves Saint-Laurent (Pierre Niney) é chamado para cuidar do futuro da
prestigiosa grife de alta costura fundada por Christian Dior - falecido
recentemente. Depois de seu primeiro desfile triunfal, ele vai conhecer Pierre
Bergé (Guillaume Gallienne) e este encontro irá abalar sua vida. Amantes e
parceiros de trabalho, os dois se associam a fim de criar a grife Yves Saint
Laurent. Apesar de suas obsessões e demônios interiores, Saint Laurent vai
revolucionar o mundo da moda com sua abordagem moderna.
Impressões: Gostei do filme e
adorei o ator que interpreta o Yves Saint-Laurent, Pierre Niney . O longa não
seria bom sem a excelente atuação e entrega de Niney.
Assim como o Coco avant Chanel, o
filme biográfico é bem interessante para os amantes da moda e interessados pela
vida e trajetória de estilistas famosos. Yves era muito jovem quando deixou seu
país ( Argélia) para se dedicar à Moda em Paris. Com a morte de Dior, assumiu a
grife, mesmo com toda a sua timidez e
dificuldade de se expressar. Em “Yves Saint-Laurent” temos a síntese da vida do
estilista , pouco fala-se na obra. O
filme narra um Laurent extremamente perfeccionista e depressivo; um homem que
abusava das drogas para fugir da realidade ou para liberta-se de um passado e
pessoas que o oprimiam. O longa também conta a história de amor vivida por Yves
e seu marido Pierre Bergé, que no filme é interpetado por Guillaume Gallienne.
Candy
Sinopse: Candy (Abbie Cornish) é uma jovem e
talentosa pintora, enquanto que Dan (Heath Ledger) é um promissor poeta. Eles
se apaixonam assim que se conhecem, divindo também a dependência por heroína.
De início Candy e Dan sentem viver no paraíso, mas a falta de dinheiro faz com
que eles retornem à realidade. Candy torna-se prostituta, com o consentimento
de Dan. Para afirmar sua união eles decidem se casar, mas a dependência das
drogas afeta cada vez mais sua felicidade. Até que Candy, cansada de viver no
caos, decide se internar em uma clínica de reabilitação e largar de vez as
drogas. Só que ela não esperava a reação que sua atitude provocaria em Dan.
Impressões: O filme australiano dirigido por Neil
Armfield é um romance dramático. Confesso que vi pelo maravilhoso Heath Ledger
e não pela sinopse ou trailer. A história não nos apresenta nada de novo sobre
ou universo dos dependentes químicos. Em síntese, fazem de tudo para conseguir
comprar drogas: de venda de objetos à prostituição.
Temos dois artistas, ou seja, duas pessoas
sensíveis que desejam mas não conseguiram viver da arte. Na verdade, o vício anula a vontade de
tentar. Uma pintora e um poeta presos numa vida caótica e de perdas. Ambos têm
problemas com os pais, mas o filme não explora muito o universo familiar deles,
principalmente o de Dan. Senti que faltou essa informação no longa. Ótimas
atuações. Abbie Cornish foi muito melhor no papel de dependente químico que Heath
Ledger.