quinta-feira, 30 de julho de 2015

Impressões sobre o livro " O segredo do meu marido"

“Imagine que seu marido tenha lhe escrito uma carta que deve ser aberta apenas quando ele morrer; imagine também que essa carta revela seu pior e mais profundo segredo — algo com o potencial de destruir não apenas a vida que vocês construíram juntos, mas também a de outras pessoas”.


 Sinopse:
Cecilia é um exemplo para a vizinhança: tem uma vida confortável, mantém um casamento estável com John-Paul e é mãe de três meninas. Sua vida segue tão dentro dos trilhos que ela até se pergunta como seria se houvesse uma pitada de emoção em sua rotina extremamente planejada. Mas, quando encontra uma carta de seu marido endereçada a ela no sótão de casa, o primeiro dilema se estabelece e Cecilia cogita se deve ou não investigar o conteúdo de algo que foi escrito à época do nascimento de sua primeira filha. Ela coloca sua curiosidade à prova e avalia se o segredo representa algum tipo de impacto em sua família. O comportamento de John-Paul, que em alguns momentos sugere haver algo errado, contribui para suas dúvidas. Ele pede para que a carta seja deixada de lado, afirma que não há nada de interessante em um bilhete escrito tanto tempo antes, sob a forte emoção de ser pai pela primeira vez, e assegura que tudo não passou de um ímpeto da juventude. Mas Cecilia não se convence tão fácil. Quando o segredo é finalmente revelado, ela vai perceber que se trata de algo que pode destruir bem mais que apenas seu casamento.


Impressões:  
Liane Moriarty, em o Segredo do meu marido, narra a história de diversos personagens que ao que tudo indica não possuem nenhuma ligação; suas rotinas chegam a ter um continente a separá-las, porém uma carta escrita para que fosse aberta apenas após a morte do remetente, muda a vida de todos. A informação carrega o elo.  
 A autora inicia o livro com a apresentação de Cecília Fitzpatrick, uma mulher extremamente dedicada à família. Uma esposa maravilhosa, que cuida muito bem das filhas, do marido, da casa e da vida profissional. Tudo segue em plena ordem.
No segundo capítulo conhecemos Tess, uma mulher que vê sua vida perder o rumo; desnorteada com novos acontecimentos que a remetem ao seu mais triste e antigo trauma.
Após, aparece Rachel, mãe de Rob e avó de Jacob, tem uma grande perda que pesa em seu peito, mas consegue ser feliz, tanto quanto pode ser.... Porém irá descobrir a fragilidade de sua felicidade com a notícia de uma nova perda.
A escrita Liane Moriarty é simples e fluida, mas rica no que concerne a construção dos personagens e a forma pela qual eles crescem e aparecem no texto; preenchendo-os com tanta vida e caminhos que dificultam ainda mais a previsão do leitor.
O elo entre eles parece não existir, mas pouco a pouco Moriarty vai desenredando o fio que liga os seus personagens e constrói uma imensa colcha. Unida por muitos pontos.
Um pensamento: cada decisão que tomamos muda não só com o nosso destino, mas com o curso de muitas outras vidas; por mais que o acaso tente mostrar toda a conexão que nos cerca continuamos acreditando que a roda-viva segue girando desconexa, e as linhas do nosso fado enredam cada vez mais neste jogo de azar.
O azar de um é sempre a sorte do outro e por pouco muito nos acontece, tão rápido, tão ironicamente previsível, que sua percepção se faz desacreditada.
 A colcha costurada por Moriarty é feita de muitos sentimentos e pessoas; conexões; amores e desamores; momentos tristes e felizes; famílias e destinos.
A carta aberta...
“A caixa de Pandora ao ser aberta espalhou todos os males pelo mundo, mas preservou-se em seu fundo a esperança”


Editora Intrínseca
  •          Tradução: Rachel Agavino
  •          Páginas: 368
  •          Gênero: Ficção
  •          Formato: 16 X 23


                                                                                                  Colaborou  Jeferson Mello

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