A
fila chegava à central do Brasil. Voyeurs observavam aqueles que carregavam nas
costas o peso da sobrevivência, o peso do desprezo social. Tratava-se de
alumínio, de todos os tipos e tamanhos, inclusive desses que espalhamos pela
cidade. Fotografias, vídeos, flashes iluminavam a grande linha humana e
metálica. Os indivíduos eram fortes, e na face um falso sorriso de que tudo
daria certo. A vida passa, a fila anda e o riso se desfaz ao olharem para
balança; resultado da espera: moedas que cabem na palma da mão não alimenta.
Renata Ferreira
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