domingo, 26 de junho de 2016

Crônica da semana: Cabe na palma da mão



A fila chegava à central do Brasil. Voyeurs observavam aqueles que carregavam nas costas o peso da sobrevivência, o peso do desprezo social. Tratava-se de alumínio, de todos os tipos e tamanhos, inclusive desses que espalhamos pela cidade. Fotografias, vídeos, flashes iluminavam a grande linha humana e metálica. Os indivíduos eram fortes, e na face um falso sorriso de que tudo daria certo. A vida passa, a fila anda e o riso se desfaz ao olharem para balança; resultado da espera: moedas que cabem na palma da mão não alimenta.



                                                                                                                          Renata Ferreira

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